Número de empreendedoras cresce 21% em dez anos

Pesquisa realizada pelo Sebrae aponta um crescimento na participação das mulheres em micro e pequenos negócios
A gradativa conquista de espaço da mulher no mercado de trabalho já não é mais uma novidade. As gerações pós anos sessenta estão acostumadas a ver as mães, tias e avós trabalhando fora de casa. Porém, a comparação de espaço conquistado e a diferença salarial entre homens e mulheres continuam sendo pauta nas principais discussões sobre empreendedorismo e mercado de trabalho.
Um estudo realizado pelo Sebrae, em parceria com o Dieese, fez uma analise de gênero nos micro e pequenos negócios, apontando resultados animadores para a classe feminina. O número de empreendedoras em micro e pequenas empresas cresceu 21,4% no período de dez anos, enquanto a dos homens subiu 9,8% no mesmo período. Para o superintendente do Sebrae/SC, Guilherme Zigelli, esse resultado comprova uma tendência que vem surgindo nos últimos anos. “Há algumas décadas, o avanço feminino no mercado de trabalho é percebido em frentes variadas e não poderia ser diferente no empreendedorismo”, observa.
A região Norte foi a que teve o maior crescimento de mulheres empreendedoras no país. Em dez anos, o número de mulheres que montou um negócio cresceu quase 80%. A região Centro-Oeste apareceu em segundo lugar, com 43%.
O estudo também revela que as mulheres que estão montando o seu próprio negócio são bastante jovens: 41,3% têm entre 18 e 39 anos e 52% têm entre 40 e 64 anos. Além disso, cerca de 40% delas são chefes de família, sendo que a maioria (70%) tem ao menos um filho. “Como empresárias, elas conseguem conciliar melhor o trabalho com os cuidados da casa e dos filhos. Quase metade dessas mulheres são as únicas responsáveis pela educação de seus descendentes e isso não as impede de empreender com dedicação”, destaca Zigelli.
Outro ponto importante destacado na pesquisa é sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. Nas médias e grandes companhias brasileiras, os homens ganham 44% a mais do que as mulheres, já nas micro e pequenas empresas a diferença é menor, com os homens ganhando em média 24% mais que as mulheres.
O caminho para a igualdade profissional entre os gêneros ainda é longo, mas aos os poucos a representatividade que as mulheres têm tido nas micro e pequenas empresas chegará, sem dúvida, às grandes.

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