A arte de contar histórias

“Existe uma forma de se fazer história e outra de se contar a história.”

A frase de Betinho, o sociólogo Herbert de Souza que foi símbolo de toda uma geração, sempre ecoa na mente daqueles que assumem o desafio de traduzir em palavras um fato ocorrido, uma experiência vivida, resgatar o que ficou lá atrás. Há muitas maneiras de se fazer isso, como bem disse Betinho, dependendo da ótica, do interesse, da conjuntura, do olhar crítico de quem as conta. Toda história real, por mais fiel que possa ser retratada, ganha um tantinho da emoção e da percepção de quem a traduz. Não se toca numa trajetória sem deixar suas digitais impressas. Em suma, em toda história contada haverá pelo menos duas. A de quem fez e a de quem contou.

Há alguns anos nos especializamos em contar histórias empreendedoras. Já temos mais de 30 títulos publicados e cadastrados no ISBN, aquela identificação chancelada da Biblioteca Nacional que registra a obra e suas características para facilitar buscas e auxiliar em referências bibliográficas futuras. E digo que este é um desafio apaixonante, um mergulho na história de pessoas, de empresas, de gente que empreendeu, faliu, se reergueu, fez diferente e viveu para contar. A cada nova obra, incubamos por meses aqui na Fábrica de Comunicação um novo amor, aquele que nos enche de orgulho, mas indubitavelmente nos coloca à prova e suga toda nossa energia.

Contar histórias é de uma responsabilidade similar à de educar um filho. Tudo o que você ali disser será interpretado, digerido e eternizado.

E não se pode brincar nem com a história e nem com a reputação de marcas e de pessoas. Há que se ser inspirador na medida certa, sem adjetivações e elogios exacerbados, sem aumentar pontos a cada conto, tentando ser o mais fiel possível à conjuntura e às emoções do período retratado. Quem escreve convida o leitor a uma viagem, onde cenários e sentimentos são percebidos também de forma diferenciada por quem lê. E aí podemos dizer que em uma história contada existem pelo menos três: a de quem viveu, a de quem contou e a de quem leu.

Recentemente, publicamos a saga apaixonante de uma família incrivelmente empreendedora da primeira à última geração: os Weege. Foi um trabalho intenso, de resgate histórico e mergulho profundo nas ideias e conceitos que guiaram a família, mesclados aos acontecimentos no Brasil e no mundo, culminando com as tomadas de decisão que fizeram da Malwee uma das maiores empresas do segmento têxtil brasileiro. A marca Malwee, que está na memória afetiva de milhões de brasileiros, é a síntese da trajetória de gente apaixonada pelo que faz. Não se trata só de produzir peças de roupas: é um ato de amor e respeito pelas pessoas. De mãos dadas com as comunidades onde está inserida e investindo em processos sustentáveis e ações sociais e ambientais, o Grupo Malwee não faz apenas moda, faz a diferença.

O livro “Malwee 50 anos”, em formato arte, ricamente ilustrado e com mais de 200 páginas, foi totalmente produzido pela equipe Fábrica de Comunicação. Sob minha batuta, a edição foi feita pela Rejane Benvenuto Andrade, com texto das também jornalistas Camila Latrova e Rossana Espezim. O belíssimo projeto gráfico e editoração é assinado pelo ilustrador desta coluna, Thiago Alan Moratelli, e a produção fotográfica foi do Denis Natan, do Sergio Castro, além do rico acervo do Grupo Malwee. Esta obra teve tiragem com distribuição dirigida, ou seja, não está à venda nas livrarias, mas pode ser conferido digitalmente AQUI.

Vida longa às empresas e mais longevidade ainda aos livros! Que a arte de escrever, sensibilizar e inspirar não saia jamais de moda.

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Ender

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