Por que os vídeos curtos prendem tanto nossa atenção?

Imagina andar o equivalente a duas maratonas todos os anos sem sair de casa? Parece impossível né? Mas de acordo com pesquisadores britânicos, 83,5 quilômetros é a distância média que os dedos das pessoas percorrem pela tela do smartphone, quando utilizam o aparelho por cerca de 45 minutos diariamente, rolando conteúdos nas redes sociais online.

 

A verdade é que o vício em redes sociais e a “cultura do scroll” já são realidades muito presentes na sociedade moderna e vêm provocando impactos cada vez mais difíceis de ignorar. Um estudo da Universidade de Chicago, por exemplo, foi um dos primeiros a compreender a força desse novo tipo de dependência, concluindo que resistir às tentações do mundo virtual e das redes online seria mais difícil até que se privar de álcool e cigarro, para grande parte dos entrevistados.

 

Como fica a relação de consumo com os conteúdos em vídeo

É evidente que as pessoas têm redescoberto a relação como consomem os vídeos online. De acordo com uma pesquisa feita pela empresa Kantar IBOPE Media, o consumo desse tipo de mídia cresceu mais de 84% nos últimos três anos no país. E a tendência é que o cenário continue em ascensão, principalmente em relação aos vídeos de curta duração.

 

Você já se questionou quanto tempo leva para que um vídeo de até 30 segundos apareça em sua tela assim que você acessa o Instagram? O aplicativo que foi pensado inicialmente para o uso de compartilhamento de mídias fotográficas tem priorizado cada vez mais esse novo modelo de produção. Sem contar as diversas plataformas que foram criadas já tendo esse intuito principal e que vem fazendo bastante sucesso ao redor do mundo, como é o caso do TikTok e Kwai.

 

Estamos cada vez mais acostumados a fluidez e rapidez no formato de consumo de informação, e com o processo de digitalização de tudo que a Pandemia nos impôs, os vídeos curtos foram a saída para noticiar, divertir e entreter muitas pessoas.

 

O aumento expressivo da produção está ligado ao novo comportamento adotado simultaneamente em várias partes do mundo, no qual conteúdos mais leves e que possam ser “digeridos” de maneira rápida são os mais buscados.

 

A famosa Geração Z, população nascida entre meados dos anos 1990 até início do ano de 2010, também tem sua parcela de responsabilidade no fenômeno. Isso porque segundo uma pesquisa do Statistic Brain Research Institute, o tempo médio de atenção desse grupo é de cerca de apenas oito segundos, por isso qualquer conteúdo que tenha longo período de duração não é mais tão bem aceito e pode ter o foco desviado facilmente.

 

O Brasil possui um vasto número de pessoas conectadas todos os dias, chegando a ocupar a 5ª posição em um ranking de uso diário de celulares no mundo. Por causa disso, o país se projeta como uma forte potência no consumo de vídeos curtos. Segundo uma pesquisa realizada em 2018, o aumento da adesão de conteúdos audiovisuais online no Brasil já chega a 135%, contra 13% da TV aberta em um público de 75% de usuários optando pelo smartphone como meio de entretenimento.

 

Por assim dizer, estaríamos frente a uma das maiores tendências de produção e consumo de informação para o futuro!

 

Mas como criar vídeos curtos atrativos?

Com a velocidade sendo um ponto tão significativo, o desafio para muita gente que quer apostar nesse modelo de criação é captar a atenção de uma pessoa que, com o passar do tempo, tem menos capacidade de se concentrar.

 

Por isso, a ideia principal pode partir da organização de toda a informação necessária até reduzi-la ao máximo, expondo em vídeo apenas o essencial e ressaltando aquilo que pode ser mais chamativo no conteúdo, para de fato prender a atenção de quem está assistindo.

 

Os vídeos curtos possuem a vantagem de serem menos cansativos, pois é mais simples para os espectadores continuarem navegando em outros conteúdos pelo feed após assistirem ao vídeo. O segredo do sucesso estaria então em estabelecer um equilíbrio entre qualidade, quantidade e velocidade da informação que é compartilhada.

 

Essa é a melhor maneira de informar?

A indústria da mídia está em constante transformação. As opções de vídeos se tornam cada vez mais abrangentes para atender um público mais exigente. Por isso, independente do lugar onde as pessoas se encontram, a ferramenta audiovisual é utilizada frequentemente no cotidiano dos brasileiros.

 

A partir do aumento das formas de transmissão, o poder de escolher o quê, quando e onde assistir conquistou as pessoas. E com a quantidade de tarefas que precisam ser completadas durante as 24 horas de cada dia, o que é veloz tem obtido melhores resultados e maior adesão. Isso, claro, não significa que não exista mais espaço para as demais mídias, entretanto demonstra uma nova possibilidade para quem precisa de agilidade e fluidez na troca de informações online.

 

A partir de estratégias para segurar a informação principal na memória do público, como o uso de mensagens impactantes e de repetição muito presentes nesse tipo de conteúdo, o que podemos afirmar é que o futuro é rápido e sucinto. Com reproduções em velocidade 2x, vídeos cada vez menores, a tendência é a adoção de um comportamento acelerado que preza pela objetividade.

 

Texto por: Gabriela Francis

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Redação FC

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